O Sistema de Monitoramento da Costa Brasileira (SiMCosta) instalou na segunda quinzena de setembro, nas proximidades do Centro de Biologia Marinha da Universidade de São Paulo (Cebimar/USP), em São Sebastião (SP), sua primeira boia meteo-oceanográfica – estrutura flutuante com sensores meteorológicos e oceanográficos, presa por uma corrente ao fundo do mar.
De acordo com o coordenador do SiMCosta, Carlos Garcia, o sistema observacional integrado busca o monitoramento automático, contínuo e em tempo real de parâmetros meteorológicos e oceanográficos em diversos pontos da costa brasileira. “Em médio e longo prazo, a rede deverá fornecer informações ambientais mais precisas e robustas para estudos oceanográficos, ecológicos e climáticos, permitindo avaliações sobre impactos das mudanças climáticas e riscos de eventos extremos em zonas costeiras”, explicou.
Os dados coletados estão disponíveis gratuitamente no site do SiMCosta, em um mapa que também inclui informações de boias localizadas em Pontal do Paraná (PR) e Rio Grande (RS), com índices oceanográficos, como altura das ondas, salinidade, temperatura da água e turbidez; e meteorológicos, como direção e velocidade do vento, pressão atmosférica e umidade relativa do ar.
À frente do SiMCosta, estão o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Mudanças Climáticas (INCT para Mudanças Climáticas) e a Rede Brasileira de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas Globais (Rede Clima), por meio da sub-rede Zonas Costeiras, com sede no Instituto de Oceanografia da Universidade Federal do Rio Grande (Furg) e coordenação do pesquisador Garcia.
Expansão
Representantes de instituições de ensino superior ligadas à sub-rede Zonas Costeiras, distribuídas pelo litoral brasileiro, devem manter e supervisionar a rede de equipamentos meteo-oceanográficas. “Nesta fase inicial, além da boia instalada em São Sebastião, há previsão de outras três serem fundeadas em 2014 nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul”, informou o coordenador. “Elas ficarão sob responsabilidade de pesquisadores das universidades federais do Paraná, de Santa Catarina e do Rio Grande.”
O projeto SiMCosta ainda prevê a instalação de 12 estações maregráficas, que registram a elevação da maré, em municípios litorâneos com muita densidade populacional. Essa rede deve se conectar à rede altimétrica de alta precisão do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de forma a permitir, segundo Garcia, “o monitoramento detalhado do nível do mar e a previsão de riscos de inundação em áreas costeiras devido ao aumento progressivo do nível do mar”.
Financiam o SiMCosta o Fundo Nacional sobre Mudança do Clima (Fundo Clima), do Ministério do Meio Ambiente (MMA); o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), que instituiu a Rede Clima em 2007; o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCTI); e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
Fonte: MCTI