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18 de fevereiro de 2019

Projeto NEXUS busca caminhos para a sustentabilidade na Caatinga e Cerrado



O Projeto NEXUS, liderado pelo Centro de Ciência do Sistema Terrestre (CCST) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), com apoio da Fapesp, busca propor estratégias que viabilizem a transição para um futuro sustentável nos biomas Cerrado e Caatinga. O foco da pesquisa, iniciada em outubro de 2018, é a elaboração de cenários e indicadores que reconciliem as dimensões econômicas, sociais e ambientais – os três pilares da sustentabilidade – na produção agrícola, energética e no uso de recursos naturais.

Com uma abordagem inovadora e participativa, o NEXUS integrará métodos qualitativos e quantitativos das ciências naturais e sociais em múltiplas escalas. O projeto está organizado etapas, que trabalharão transversalmente no desenvolvimento da pesquisa.

A Etapa 1 consiste na produção de indicadores sobre as dimensões social, econômica, institucional e ambiental da área de estudo, visando à construção de índices de sustentabilidade que reflitam a situação atual (passado e presente) em alinhamento com as demandas nacionais.

A Etapa 2 abordará o futuro da área de estudo, em um processo participativo de construção de cenários qualitativos e quantitativos. Para isso, serão geradas projeções espacialmente explícitas de mudanças de uso da terra, do clima regional e seus impactos

Por fim, a Etapa 3 englobará atividades de síntese entre as escalas, assim como de análise de mecanismos de transformação social, visando apresentar caminhos que levem à transição para a sustentabilidade.

Definição das áreas de estudos na escala local – municípios

Nesta fase, foram definidos 34 indicadores para nortear a escolha dos municípios a serem estudados. Em janeiro, o pesquisador Gustavo Arcoverde apresentou o resultado da análise dos dados, baseada na rede neural artificial SOM (Mapas Auto Organizáveis, na sigla em inglês). Os Self-Organizing Maps classificam cada instância apresentada na entrada em um entre diversos grupos distintos. Dados com maior similaridade são organizados, definindo características específicas aos grupos de municípios analisados.

A partir dessa classificação, dos 1.205 municípios localizados nos biomas Caatinga e Cerrado, 167 foram selecionados. Após o processo de consulta e com as contribuições dos participantes do projeto, um novo processamento dos dados está sendo realizado, a fim de refinar ainda mais a análise, o que deverá resultar na escolha de 2 a 3 municípios, definindo a escala local do estudo.

Veja vídeo sobre a reunião para definição das áreas de estudo na escala local

Ao longo da condução do projeto, que terá duração de cinco anos, espera-se como resultados: 1) O desenvolvimento de um método participativo para definição de cenários e mecanismos de transformação social, combinando elementos qualitativos e quantitativos das ciências naturais e sociais, em uma metodologia que possa ser aplicada em outros contextos geográficos; 2) Construção de cenários localmente desejados e plausíveis para um futuro sustentável (considerando os três pilares da sustentabilidade: social, econômico e ambiental) para a área de estudo, em múltiplas escalas; 3) Definição de indicadores de sustentabilidade úteis para guiar e monitorar ações para atingir os cenários desejados, compostos a partir de indicadores das dimensões sociais, econômicas, institucionais e ambientais; 4) Elaboração de uma plataforma de disseminação de dados na Internet que visa tornar acessível a toda comunidade científica e à sociedade os principais dados, produtos e resultados do projeto; 5) Consolidação de um modelo de pesquisa interdisciplinar/transdisciplinar, um dos grandes desafios da ciência atual.

Por Ana Paula Soares – Divulgação Científica Rede Clima