O Brasil está entre os países mais afetados pelo El Niño. Entre as principais consequências está o aumento de chuvas torrenciais no Sul e secas intensas no Norte e Nordeste. A tragédia causada pelas inundações no Rio Grande do Sul em setembro está relacionada ao fenômeno, segundo os especialistas que participaram a mesa redonda “Crise climática e desastres como consequência do El Niño 2023-2024: impactos observados e esperados no Brasil”.
As coordenadoras da sub-rede Desastres Naturais da Rede Clima, Regina Alvalá (diretora substituta do Cemaden) e Regina Rodrigues, professora de Oceanografia e de Clima da Universidade Federal de Santa Catarina, participaram do debate, que também contou com as contribuições dos pesquisadores Carlos Nobre (USP), José Marengo (Cemaden), Suzana Montenegro (Apac) e Chou Sin Chan (INPE).
Para Regina Rodrigues, p El Niño pode ter seus efeitos amplificados pelas mudanças climáticas associadas à ação humana. “Temos uma atmosfera cada vez mais aquecida. A cada segundo, os oceanos absorvem energia equivalente à de cinco bombas como as de Hiroshima”, afirmou. “Os oceanos são o melhor termômetro para os efeitos das mudanças climáticas, porque eles absorvem a maior parte do calor”.
O evento foi promovido pela ABC, pela Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), em parceria com o Ministério do Meio Ambiente e Mudanças Climáticas (MMA), o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Mudanças Climáticas Fase 2 (INCT MC2).