O desafio de aumentar a produção mundial de alimentos e de energia com menor impacto no equilíbrio do planeta é o ponto central do relatório intitulado “Our Nutrient World”, que acaba de ser lançado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente. Realizado por cerca de 50 pesquisadores de 14 países, o estudo inédito revela o impacto do nitrogênio, entre outros nutrientes, no aumento da poluição e nas emissões de gases causadores do aquecimento global.
“São muitos os estudos sobre o carbono e pouco se fala sobre o nitrogênio ou fósforo a nível global”, diz Jean Ometto, cientista do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) que participou da elaboração do relatório.
O estudo revela como o homem vem alterando os fluxos naturais de nitrogênio e outros nutrientes, principalmente em razão da necessidade de se utilizar cada vez mais fertilizantes sintéticos na agricultura e pelo tratamento inadequado de efluentes. Embora seja causa de contaminação quando em excesso, o nitrogênio é essencial para a produção agrícola, demonstrando a necessidade do uso racional destes elementos.
“Esse estudo relaciona todos os impactos do nitrogênio para as mudanças ambientais globais, como alterações na composição da atmosfera, água e solo, bem como no equilíbrio climático e na biodiversidade”.
O relatório chama a atenção para o manejo de nutrientes e sugere como melhorar a eficiência no uso do nitrogênio em 20% até 2020. Isso tornaria possível, por exemplo, reduzir a utilização anual de fertilizante nitrogenado em 20 milhões de toneladas, com impactos diretos na segurança alimentar e economia global.
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